[3ª Parte] De volta a Billund: conhecendo o "inimigo"!


Quando cheguei ao aeroporto de Billund, fui levantar - agora sim! - a minha mala. Estava a dirigir-me para a saída quando me lembrei que eles não usavam o Euro, portanto, tinha ainda de levantar algum dinheiro para poder pagar ao taxista.

Procurei por uma caixa multibanco, mas não encontrei à primeira vista. Sou apologista do provérbio "quem tem boca vai a Roma", por isso nunca tenho problema algum em pedir ou perguntar quando preciso. Dirigi-me a uma funcionária do aeroporto que estava ali para prestar apoio nas máquinas de check in automático. Indicou-me a caixa mais próxima e lá fui eu. Inseri o cartão, autentiquei-me mas depois fiquei na dúvida de quanto deveria levantar. Não me conseguia recordar da taxa de conversão de EUR - DKK, mas lembrava-me que 4599 coroas dinamarquesas eram aproximadamente 617€. Fiz as contas e acabei por decidir levantar 500 DKK.

Peguei nas minhas coisas e saí do aeroporto. Apanhei o taxi mais próximo e pedi que me levasse até à LEGOLAND Village. Andei apenas uns 5 minutos, talvez nem tanto, e apenas porque lá eles são realmente respeitadores dos limites de velocidade, porque o parque fica mesmo ao lado do aeroporto.

Podem perguntar-se porque é que então não fui a pé... Pois... A LEGO assumiu todos os gastos da viagem, inclusive os possíveis gastos com taxis, portanto, bastou-me guardar o recibo! :)

Quando cheguei ao destino, tinha à minha espera uma mesa cheia de gente simpática, onde os únicos rostos conhecidos eram o do SirNadroj (Jordan, um jovem AFOL americano de 18 anos - o mais novo dos candidatos), o Jamie e o Adrian - dois LEGO Designers que conheci na viagem a Billund em Abril com a Comunidade 0937.

O Jamie levou-me até ao balcão da recepção para levantar a minha chave e a minha roupa de cama e toalhas e lá fui conhecer o meu quarto. O meu companheiro de quarto já tinha chegado e se instalado. Iria conhecê-lo mais tarde. Sabia apenas que se chamava Giles (pronuncia-se "Gailes") e que vinha do Reino Unido.

Foto tirada pelo Paul Lee no seu quarto, que era exactamente igual ao meu. Dormi na cama da esquerda.

Antes de voltar ao salão de refeições onde estavam os outros candidatos, tive de ir conhecer o WC... O almoço no avião soube bem, mas o meu estômago não gostou tanto assim! =D

Naquele primeiro dia de viagem, não havia grandes planos. O pessoal estava a chegar, a instalar-se e a começar a conhecer os "concorrentes". Sentei-me na mesa onde havia uma vaga, onde jantavam três americanos e o Jamie. Estavam a ter uma interessante conversa sobre cinema, visto que um deles era até produtor de cinema nos EUA! Mas curiosamente eu não conhecia metade dos filmes de que eles falavam... "Mas que raio de cinema ando eu a ver então!?", pensei eu, que sempre acreditei ser um consumista de cinema americano mais do que qualquer outro!

Antes de me sentar, fui buscar o meu jantar - self service - numa espécie de buffet cheio de diferentes e coloridas alternativas. No meio de tanta coisa estranha e desconhecida, vi uma mistela que me pareceu ser bacalhau com natas. Tirei um bocado e completei o prato com alguns vegetais. Sentei-me a comer e ao fim de um bocado apercebi-me que estava a comer cenoura com tomate crus e aquilo que pensava ser bacalhau com natas, na verdade não passava de batatas com batatas e um molho de alho qualquer... Pois... Coisas de sustança, tipo carne, não era coisa que se avistasse no meu prato! "Vou ficar com fome!!"

Logo depois apercebi-me que podia levantar-me e encher o prato tantas vezes quantas quisesse, portanto, levantei-me e fui buscar algo que realmente alimentasse o meu corpinho: espetadinhas de carne - bem boas!! - uns mini hambúrgueres manhosos e uma espécie de nuggets cinzentos, mas bons!

Depois do jantar ficamos na conversa mais um pouco até por volta das 9h15 da noite. Saímos do salão e ficamos mais um pouco no exterior, mas já começava a sentir-se o frio. Os americanos estavam espantados por ainda se ver luz do sol no céu: "mas nunca mais fica noite!?". Ao fim de mais um pouco, cada um foi para o seu quarto. "Alguém sabe quem é o Giles!?", perguntei eu antes de nos dividirmos. Alguém disse que ele já se tinha retirado, portanto, estava prestes a conhecer o meu companheiro de quarto.

Assim que entrei, apresentamo-nos e conversámos durante uma hora. Não podia ter tido mais sorte! Primeiro era inglês, portanto, só eu é que poderia ter alguns problemas com a língua... =D E tinha exactamente a minha idade. Era recém licenciado em Design e estava à procura do seu primeiro emprego. Demo-nos logo muito bem e quando a mãe dele lhe ligou, pude ouvi-lo dizer que estava super aliviado porque o companheiro de quarto era muito porreiro! =D

Estávamos os dois claramente ansiosos pelo dia que viria a seguir, mas ambos tínhamos a mesma sensação inicial, que depois se veio a confirmar: apesar de todos sabermos o quão competitivos seriam aqueles dias, o espírito entre todos era de real companheirismo e descontracção.

Antes de adormecer li mais alguns capítulos da Fortaleza e ainda mandei algumas mensagens para a minha mãe e para os amigos mais curiosos.

O primeiro dia estava no fim. Era hora de fechar o livro e apagar a luz sobre a minha cabeça. O Giles já se tinha deitado há um bocado, mas ainda estava a escrever umas mensagens. Ao fim de umas quantas voltas na cama, lá acabei por adormecer.

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